Na primeira visita ao Piauí, como presidente da República, Dilma Rousseff (PT) esteve nas cidades de São Julião e Teresina e anunciou investimentos. A visita, na verdade, não serviu para grandes inaugurações, mas a petista fez questão de visitar algumas obras e de acompanhar o andamento e fazer, por exemplo, a entrega de imóveis em decorrência do PAC.
Em São Julião Dilma visitou a barragem de Piaus e comemorou o fato de conbater a miséria e a seca que assolam a região. Já em Teresina, Dilma foi para o Condomínio Viver Bem, no bairro Lourival Parente, na zona Sul da capital, e anunciou mais recursos, além de garantir atender aos pedidos do governador Wilson Martins (PSB).
Entre as falas de Dilma que merecem destaque, em São Julião ela disse que está criando o MAPITO, que é uma espécie de benefício para três estados: Maranhão, Piauí e Tocantins. Em Teresina o destaque foi quando ela passou uma reclamação no presidente da Assembleia Themístocles Filho (PMDB) dizendo que ele dava maus conselhos ao governador Wilson Martins (PSB), por querer cobrá-la demais. Curiosidade foi quando ela chamou o governador de 'Vilson'. A multidão a corrigiu.
Abaixo a íntegra dos discursos de Dilma tanto em São Julião como em Teresina.
DISCURSO EM SÃO JULIÃO
Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de assinatura de ordens de serviço das obras e aquisição de equipamentos para a Adutora Padre Lira, e do projeto de irrigação no Assentamento de Marrecas/Jenipapo
São Julião-PI, 18 de janeiro de 2013
Eu vou começar quebrando o protocolo. Primeiro, eu vou cumprimentar os trabalhadores que participaram, e que participam ainda, da construção do Sistema Adutor de Piaus. Meus cumprimentos a eles, alguns deles estão aí, então meus cumprimentos e os agradecimentos. Nós sabemos que vocês, com a mão de vocês, constroem o Brasil.
Queria cumprimentar o senhor governador. Depois da declaração dele, eu não tenho outra saída a não ser dar um empurrãozinho nas novas obras. O governador Wilson Martins, de fato, tem sido um dos grandes parceiros do meu governo.
Queria cumprimentar os ministros que me acompanham aqui, nesta visita que eu faço, com muito, mas muito mesmo prazer e honra aqui ao Piauí. O ministro que vocês viram com essa voz, mas, sobretudo, com uma imensa capacidade de trabalho, o ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional,
O ministro Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, que cuida para que o Brasil tenha, de fato, uma parte da sua população rural cada vez mais desenvolvida que é a pequena propriedade, a pequena agricultura familiar, e também o ministro que cuida de todas as questões relativas à reforma agrária, ministro Pepe Vargas.
O ministro das Cidades, o ministro Aguinaldo Ribeiro. Hoje à tarde, nós iremos dar mais um passo neste programa que eu considero um dos melhores programas do governo, que é o Minha Casa, Minha Vida. Nós vamos lá em Teresina entregar chaves para as famílias que são beneficiárias do Minha Casa, Minha Vida.
Aqui também me acompanham o general José Elito, que é do Gabinete de Segurança Institucional e que é responsável pela garantia de que este ato seja um ato em que todos vocês se sintam bem.
E a ministra Helena Chagas, da Comunicação, que é quem faz todo o diálogo do governo com a imprensa.
Eu queria também cumprimentar aqui um grande companheiro e um parceiro. Como ministra-chefe da Casa Civil do governo do presidente Lula, eu convivi com o senador Wellington Dias, então governador do estado do Piauí, e tenho um testemunho a dar da capacidade de trabalho do senador Wellington Dias, nesta questão crucial que é fazer o estado do Piauí se desenvolver.
Cumprimento também o deputado Assis Carvalho aqui presente.
Cumprimento o nosso presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda.
O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, nosso parceiro Dalton Macambira.
Cumprimento aqui os senhores prefeitos das cidades beneficiárias do Sistema Adutor de Piaus: o José Neci, aqui de São Julião; o Doutor Tico, de Campo Grande; o Eudes Agripino, de Fronteiras; o Arinaldo Leal, de Vila Nova.
Cumprimento também o diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento do Piauí, outro grande parceiro nosso, o Elizeu Morais.
Cumprimento o diretor da Codevasf, José Augusto Carvalho Martins,
Cumprimento do diretor da Construtora Cassi, Carlos César Fernandes Diniz,
O Sérgio Roberto Matos Lemos, representante da Moderna Engenharia.
Queria dirigir um cumprimento especial aos senhores jornalistas, aos senhores fotógrafos e aos cinegrafistas aqui presentes.
Eu estava dizendo para vocês, no início, da honra que eu tenho de estar aqui no Piauí. Por que eu tenho honra de estar aqui no Piauí? Porque o Piauí demonstra, e demonstra de uma forma muito forte, que o Brasil mudou. E o Brasil mudou quando a gente olha e a gente vê as pessoas aqui do Piauí.
São pessoas - eu estava comentando com o governador - são pessoas bonitas. É... são pessoas bonitas. Quando as coisas melhoram e mudam, as pessoas ficam mais saudáveis, mais alegres.
O Piauí mudou também porque nós sabemos que, nos últimos dez anos, tem sido feito um grande esforço pelo desenvolvimento do Nordeste e do Piauí. Por isso, quando eu chego aqui, para olhar justamente o Sistema Adutor de Piaus, sabendo que o Sistema Adutor de Piaus vai levar água na torneira da casa das pessoas, eu tenho uma grande alegria, porque, no governo, algumas coisas falam na alma da gente. Uma delas é levar água para as pessoas, porque ninguém vive sem água. Outra foi ter ajudado e ter batalhado para levar luz elétrica na casa das pessoas.
Nós aqui hoje temos de comemorar, com muita força, esse trabalho conjunto que mobiliza o governo federal, o parceiro, o grande parceiro, o nosso governador Wilson, e o prefeito José Neci.
Nós temos certeza de que é uma questão, além de uma questão econômica, é uma questão, sobretudo, de humanidade modificar as condições de vida da população aqui no Nordeste.
Nós, de fato, enfrentamos hoje no Brasil, aqui no Nordeste, nos diferentes estados do Nordeste e, sobretudo, aqui no Piauí também – uma das mais graves secas da história. E duas coisas a gente tem de olhar para saber se enfrentamos bem, porque a seca, o homem e a mulher não controlam, mas o homem e a mulher, no seu esforço conjunto, podem impedir que os efeitos da seca sejam destruidores.
Destruidores do quê? De duas coisas: primeiro, quando se lutou, durante dez anos, para melhorar as condições de vida do povo do interior aqui do Nordeste, aqui do Piauí, quando se lutou para melhorar as condições de desenvolvimento econômico e se conquistou muita coisa. Quando a seca vem, ela vem e destrói. O que nós temos de fazer? Impedir que ela destrua. Dois: e impedir que as pessoas percam, percam alimento, percam condições de sobreviver e percam condições de futuro.
O que nós, hoje, assinamos aqui é para impedir que as pessoas percam. Por isso que o governo, quando começou esse processo de seca, o governo criou, além do que já tinha, o Bolsa Família, nós criamos o Bolsa Estiagem e o Garantia Safra.
Com o programa Bolsa Estiagem e o Garantia Safra, a gente queria ter certeza de que as pessoas não passariam fome, não reduziram as suas condições de sobreviver, inclusive garantiriam uma sobrevivência a esse período, que nós sabemos que a seca vem, mas ela passa.
Segunda coisa, nós queríamos que também houvesse condições de sobrevivência das criações e por isso fizemos o programa do milho. Também fizemos toda uma linha de financiamento. E o que eu assinei aqui hoje permite mais meses para o recebimento tanto do Bolsa Estiagem quanto do programa Garantia Safra .
E nós vamos ficar de olho, e, enquanto tiver seca, esses programas vão existir. E isso significa também que nós queremos garantir que, depois da seca, melhore as condições e a gente possa voltar a apostar que nós vamos transformar, de fato, o Piauí, o interior do Piauí, em uma das regiões mais desenvolvidas do nosso país.
E eu queria contar uma coisa para vocês. Muita gente vai ao meu gabinete, muitos empresários, muitas associações, e sempre eu tenho ouvido uma fala: “Presidenta, o Brasil tem um novo... uma grande perspectiva. Presidenta, tem uma região do Brasil que vai ser uma das regiões mais ricas do Brasil. Presidenta, vamos cuidar, vamos cuidar, presidenta, do Mapito.”
Mapito, o que é o Mapito? É uma região que agrega o Maranhão, o Piauí e o Tocantins. Sabem onde é o Mapito, o Mapito é aqui.
Por isso, quando o Sistema Adutor de Piaus vai levar água de boa qualidade para os municípios de São Julião, de Fronteiras, de Pio IX, de Vila Nova do Piauí e Campo Grande do Piauí, a gente, de fato, comemora, mas a gente não descansa.
Nós vamos ter de fazer o Piau II. Nós vamos ter de fazer vários sistemas adutores para essa região desenvolver, para o Piauí desenvolver todo o potencial, nós temos de investir muito aqui. Nós temos de colocar, em parceria com o governador, com os prefeitos, nós temos de botar nossa capacidade de trabalho, dinheiro e essa determinação que o povo brasileiro tem de enfrentar as dificuldades, que as mães, que as mulheres e que os homens deste país têm. Essa teimosia de superar e conquistar aquilo que é melhor para todos nós.
Por isso, eu quero dizer para vocês que eu fico também muito feliz com a Adutora Padre Lira e com esse sistema de irrigação de Marrecas e Jenipapo. Mas eu sei que aqui nós estamos investindo muito.
Para vocês terem uma ideia, algo ocorre para além dessa seca e para além de todas essas medidas que nós temos tomado aqui, tanto contratando carros-pipa, com essa parceria que o Exército brasileiro nos ajuda, o governo do estado nos ajuda, e a gente, pegando junto, empurra o carro mais longe.
Eu quero destacar para vocês o tanto que nós hoje já estamos investindo aqui no Piauí. Nós, sem sombra de dúvida, vamos continuar, como eu disse para vocês, construindo cisterna, barreiras e poços, vamos trazer quantos carros-pipa foram necessários e vamos colocar, se for necessário, tanto de recurso para pagar Bolsa Estiagem, Garantia Safra e comprar milho.
E, por isso, eu assinei a medida provisória que faz isso valer a partir de hoje, mas é importantíssimo que aqui nós também saibamos que são investidos em adutoras, barragens, irrigação, prevenção e controle de desastres, só pelo Ministério da Integração, R$ 1,3 bilhão. Mas, no Saneamento do Ministério das Cidades, nós investimos mais R$ 470 milhões. Isso está em andamento, totalizando R$ 1,7 bilhão.
E o Piauí, por isso, para nós, nós sabemos que ele é melhor do que há uma década atrás. Nós sabemos que pelo esforço do ex-governador Wellington, agora pelo esforço do governador, meu parceiro Wilson, pelo meu esforço, pelo esforço do presidente Lula, nós mudamos um pouco toda essa desigualdade acumulada ao longo de anos e anos no nosso país, onde só crescia um pedaço do país, não era o país todo. Mas eu quero dizer para vocês que eu tenho o compromisso com todas essas conquistas que nós alcançamos, mas eu tenho também um compromisso de expandir o crescimento aqui da região.
Eu sei que o Piauí vai atrair investimento de todas as espécies, aqui nós vamos ter de apostar numa infraestrutura pesada de rodovia e ferrovia, nós vamos ter aqui empreendimentos industriais que até então não tinham vindo, porque aqui é a nova fronteira do país. Essa região é a nova fronteira de crescimento do país, assim como o Centro Oeste foi anos atrás. Eu vou continuar essa parceria. Quero dizer para vocês que eu vou ter todo o empenho para que nós tenhamos projetos aqui que saiam do papel, que virem realidade, que tragam emprego, que tragam renda para o Piauí.
E aí eu quero dizer para o governador, na frente de todos vocês: governador, nós somos parceiros em todos os projetos que nós tirarmos do papel e tornarmos realidade. Eu tenho consciência, governador, e cada um de nós sabe disso, sozinhos nós vamos até um ponto. Agora, quando a gente pega juntos, de fato, nós vamos muito mais longe. E o que eu quero, governador, é ir muito mais longe aqui no Piauí. Pela importância que o Piauí tem para o Brasil, pela importância que o Piauí tem aqui na região do Nordeste e pela importância que o Piauí tem para cada um e para cada uma das mulheres e dos homens aqui presentes, que representam essa grande comunidade do povo do Piauí.
Para finalizar, eu queria dizer para vocês o que será 2013. 2013 vai ser o ano em que nós vamos colher muitas coisas que nós plantamos. Vai ser o ano em que nós vamos plantar ainda mais do que iremos colher, mas eu asseguro para vocês: 2013 será um ano em que nós teremos aquele crescimento sério, sustentável e sistemático. Ou seja, nós queremos crescer, mas queremos crescer garantindo também que não só seja a economia que cresça, sejam as obras, o cimento armado, as obras de estrutura metálica, enfim, sejam os edifícios que cresçam. Nós queremos que o povo brasileiro cresça, que o emprego cresça e, sobretudo, é uma coisa que eu quero dizer para vocês que também é um compromisso muito forte do meu governo, entre vários outros: eu quero que a educação de qualidade cresça no nosso país. Nós só seremos uma grande nação, só seremos uma grande nação se quem carregar o patrimônio de cada um de nós formos nós mesmos. É importante a casa? É importante. É importante o carro? É importante. Mas, sobretudo, é importante aquele patrimônio que você carrega aqui e aqui. E isso quem dá é a educação, dá para o país, dá para a família de cada um de nós e dá para cada uma das brasileiras e dos brasileiros que carregam esse patrimônio.
Por isso, eu quero dizer para vocês: tem um programa que eu tenho especial atenção, esse programa é o programa da Alfabetização na Idade Certa. Eu estou vendo aqui muitas companheiras mulheres, muitas mães, muitas professoras, e aí eu quero dizer uma coisa: nós só iremos pelo caminho certo se nós alfabetizarmos as nossas crianças na idade certa, se nós valorizarmos a professora alfabetizadora. Por isso, eu tenho proposto, todas as vezes que eu posso, que a maior riqueza que nós temos, a maior riqueza do nosso país, que é... a maior riqueza que eu estou dizendo “coisa”, porque a maior riqueza do Brasil é o povo brasileiro. Depois do povo brasileiro, entre as várias riquezas que esse país tem, uma baita agricultura, uma grande indústria e tem petróleo.
Por isso que eu digo, essa riqueza petróleo produz royalties, e ela produz dinheiro, Fundo Social. Para onde tem de ir esse dinheiro? Tem de ir para aquilo que garantirá num horizonte de 2020, de 2030, a nossa riqueza como nação, tem de ir para a educação. Tem de ir para melhorar a qualidade da educação, de garantir educação em tempo integral, de garantir que aqueles que queiram fazer universidade possam fazer, de garantir – como é o caso agora de um programa também que eu encerro dizendo que eu tenho imenso orgulho dele, que é o Ciência Sem Fronteiras. O que é o Ciência Sem Fronteiras? É pegar cem mil jovens brasileiros e colocar para que eles estudem nas melhores universidades do mundo. Depois, para que voltem ao Brasil e dêem a sua contribuição para cada um dos brasileiros, que é trazer conhecimento para nós. Por isso, eu quero dizer para vocês que junto da Adutora de Piaus, com tudo que nós vamos fazer aqui, com o Minha Casa Minha Vida, com o fato que nós temos de fazer prevenção de desastres naturais por causa das enchentes, que nós temos que fazer saneamento básico, nós temos esse grande desafio.
E aí eu falo para vocês, mães e pais de crianças que estão em idade de alfabetização, nós temos de garantir a base, é que nem construir uma casa, a gente tem que construir olhando muito pra o alicerce. Nós temos de dar certeza que uma criança de 8 anos no Brasil saiba ler um trecho simples, interpretar um texto simples, fazer as operações aritméticas simples, porque essa é a base sobre a qual você estrutura todo o resto do conhecimento.
Por isso, eu quero falar para vocês: o nosso país está no rumo certo. Os nosso problemas são os bons problemas. Problema ruim é droga, violência, esse é o problema ruim, mas esse nós também temos de enfrentar. E quero dizer para vocês, para não alongar muito o meu discurso: eu conto com cada um dos brasileiros e das brasileiras para que a gente, de fato, coloque o Brasil no rumo certo. E o rumo certo do Brasil é o rumo de cada um de vocês. Muito obrigada.

DISCURSO EM TERESINA
Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega de 400 unidades habitacionais
Teresina-PI, 18 de janeiro de 2013
Quero, primeiro, cumprimentar aqui todas as famílias que receberam as moradias hoje, as 400 moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida,
Cumprimentar também os prefeitos pela entrega das 25 retroescavadeiras e também das ambulâncias. E queria iniciar dizendo o que eu disse hoje, quando nós estávamos lá, inaugurando o sistema adutor de Piau: que eu estava muito feliz de estar aqui no Piauí. E estava muito feliz de estar aqui no Piauí porque hoje nós estamos vendo uma coisa muito emocionante, um fato que chama a nossa atenção, que é a transformação do Piauí, o crescimento do Piauí, a construção de oportunidades, a construção de um desenvolvimento aqui, nesta região tão importante do nosso país.
E aí eu lembrava que isso era possível, que isso ocorria porque a gente tinha parceria. E, aí, na parceria nós tínhamos, aqui, uma contribuição muito importante do nosso governador do Piauí, o Wilson Martins. “Vilson” eu estou chamando, porque “Vilson” – só um pouquinho, gente –, “Vilson” é gaúcho. Eles lá, no Rio Grande do Sul, não falam Wilson, eles falam “Vilson”. Então, é uma coisa muito engraçada ver como o Brasil é diferenciado. Eu não sou gaúcha, eu sou mineira, lá também, em Minas, falam Wilson. Mas minha filha e meu neto são gaúchos, então eu escuto muito “Vilson” na minha vida. Então, às vezes, quando eu não estou pensando muito claramente, assim, numa coisa, eu solto um gauchismo. E aí eu chamo ele de “Vilson”. Mas nós sabemos perfeitamente o valor de uma parceria, o valor que tem quando, na vida, você encontra parceiros para, junto com você, realizar e levar à frente projetos.
Eu vivi aqui, também, com o Piauí, uma parceria muito importante, quando eu era ministra do presidente Lula, que foi a parceria do presidente Lula com o governador Wellington Dias. Então, nós viemos de uma tradição de parceria, essa parceria que começa lá atrás, que agora chega ao nosso querido governador Wilson, é uma coisa que nós temos de valorizar, porque o Brasil nem sempre foi assim. Por isso, quando eu saúdo o nosso querido governador, eu estou também enfatizando esse fato político fundamental, que é o seguinte. Nós todos fomos batizados na mesma pia. Nós recebemos o voto popular. Aqueles que recebem o voto popular são obrigados a olhar para os interesses do povo brasileiro e, por isso, são obrigados a fazer parceria. Por isso eu tenho certeza que nós faremos parcerias também com todos os prefeitos eleitos nessa eleição do ano passado. Nós temos essa obrigação perante o povo do nosso país. Por isso eu começo saudando o prefeito ... também o prefeito de Teresina e, em nome do prefeito de Teresina, eu quero saudar todos os prefeitos aqui presentes e quero agradecer a cada um deles, antecipadamente, por essa parceria que nós vamos realizar ao longo dos próximos anos.
Queria também agradecer uma outra parceria, que é com ... em nome do Wellington eu agradeço os senadores, e em nome dos deputados federais aqui presentes – o deputado Assis Carvalho, Átila Lins, Hugo Napoleão, Jesus Rodrigues, Júlio César, Nazareno Fonteles, Osmar Júnior e Paes Landim –, eu agradeço a parceria com o nosso Legislativo, sem o que muitos dos projetos que nós temos aqui não teriam sido aprovados com rapidez. Tenho de agradecer também os meus ministros que, junto comigo, levam à frente esse desafio. Agradeço ao Aguinaldo, ao Fernando Bezerra, ao Pepe Vargas, ao José Elito e a Helena Chagas, aqui presentes. Também agradeço ao presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Temístocles, pelos maus conselhos que deu para o governador. Por que que é “maus conselhos”? Porque o governador está querendo ... é como se as pessoas quisessem receber os presentes de Natal dos próximos anos num Natal só. Aí, não tem quem aguente. Mas o governador sabe – e falou tudo o que falou –, sabe que nós iremos construir cada uma das possibilidades dos projetos necessários para levar à frente o que nós precisamos de levar aqui, no estado do Piauí.
Agradeço também ao pessoal da Caixa, agradecendo ao Jorge Hereda, porque a Caixa – muita gente aqui está até com bonezinho dela –, a Caixa tem sido uma parceira fundamental para que nós possamos construir moradias para o nosso país.
Agradeço também à senhora Inês Magalhães, a querida Secretária Nacional de Habitação.
Agradeço também a cooperação, agradecendo à Neide, da Federação das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários do Piauí. Eu tenho, de fato, um testemunho a dar, no que se refere a essa parceria com os movimentos sociais e o fato de que nós conseguimos ter ações concretas. E ela mostrou aqui, a Neide, que nós temos uma capacidade de diálogo com os movimentos sociais, que explica muitos projetos de alta qualidade feitos diretamente pelo movimento social.
E queria cumprimentar a Rosa Maria e família; o José Rodrigues de Lima e a família; a Francisca Lúcia e família; e o Francisco Edevaldo Leandro e família; e a senhora Francisca Jacinara e família. Quero também dar um cumprimento muito especial, carinhoso, pela emoção que ele nos deu, ao Isac. Ao Isac, que trouxe para nós esse artista, esse homem fantástico que foi capaz de descrever a seca com todo o seu drama e tragédia, na Asa Branca, e eu tenho certeza que cada um de nós, no seu coração, na sua alma, sabe perfeitamente que nós estamos mudando essa realidade da Asa Branca, e sabemos que nós, homens e mulheres, temos obrigação de saber que a seca pode sempre ocorrer. O que nós não podemos deixar ocorrer é a fome e a miséria que sempre, ao longo dos anos passados, a seca produziu aqui nesta região do nosso país.
Nós sabemos que é possível conviver com a seca usando todos os instrumentos, primeiro, para enfrentá-la, com obras estruturantes, fazendo barragens, adutoras, com obras que também contemplem cisternas, que contemplem todas, todas, de todas as maneiras, essa que é uma questão fundamental, que é assegurar a água como direito à vida. Então, são obras estruturantes. Mas também nós sabemos que quando a seca ocorre não dá para falar “vamos esperar um pouquinho”. Tem de ajudar o povo a enfrentar as condições da seca. Por isso que hoje, também, eu, com muito orgulho, prorroguei a Bolsa Estiagem e o Garantia Safra. Por isso que, com muito orgulho, eu assegurei que o governo federal vai continuar comprando milho e vendendo a preços mais baixos que os do mercado para os pequenos agricultores do Nordeste inteiro.
Por isso que eu fiquei muito emocionada com o Isac, porque o Gonzagão, ao fazer Asa Branca, mostra para nós, através dessa página que é uma das grandes páginas musicais do nosso país, mostra para nós uma realidade, que antes de ser uma realidade econômica e social, é a realidade da tragédia que a seca produziu em nosso país. E cada vez que nós somos capazes de enfrentar, o que nós estamos fazendo é buscando superar aquela tragédia.
Por isso, é com muito orgulho que eu estou aqui em Teresina, pela primeira vez como presidente da República. Eu já vim aqui, em Teresina, várias outras vezes, mas nesta minha primeira visita como presidente, eu fico e eu acho muito importante que eu venha aqui para realizar e verificar a realização de um sonho, que é o sonho da casa própria. Porque, gente, presidentes, governadores, prefeitos, são obrigados a fiscalizar os sonhos para que eles ocorram, para que as pessoas, ao ter acesso a ele, tenham garantido e assegurado um sonho de qualidade. E nós queremos que as pessoas que hoje recebem a chave, muitas delas – uma das famílias me disse que fazia mais de 25 anos que eles moravam de aluguel e que agora eles tinham uma casa. Eu sei o valor da casa própria. Eu sei que na casa onde a gente mora é onde a gente cria a família, aonde a gente recebe os amigos, aonde nós criamos, tecemos, costuramos as nossas relações de afeto, de carinho e de amor.
Eu sei também que a casa, num país como o Brasil, é algo fundamental, que distingue uma pessoa com uma casa como um cidadão, ela tem a segurança de ter para onde voltar no final do dia, de onde criar seus filhos, fazer com que eles estudem, buscar melhores oportunidades. A casa é muito mais, é muito mais do que a soma de uma sala, de quartos, de cozinha e de banheiro. A sala [casa] é um lugar onde a gente vive e onde a gente constrói. Além de realizar o sonho da casa própria, a gente constrói o sonho de desenvolver, de desenvolver, de dar oportunidade, de ver a nossa família melhorar.
Eu tenho certeza, e eu sempre fico muito feliz quando eu vejo, além dos nossos queridos companheiros homens, as mulheres aqui, nessa reunião, porque eu sei a importância... e aí eu queria saudar um representante de uma família aqui e eu não sei se vocês viram, ao passar a chave para ele, ele disse assim para mim “para mim, não, para ela”, numa demonstração da importância que a mulher tem dentro de uma família, e afinal de contas, não há nada disso contra os homens, até por que as mulheres são metade da população e a outra metade são filhos dessas mulheres, são irmãos dessas mulheres, são maridos dessas mulheres. Agora, filhos, certamente são.
Por isso, ao homenagear as mulheres, eu homenageio todos os brasileiros, e queria dizer que este residencial tem um nome muito bom: Bem Viver. É isso que nós queremos que o Minha Casa Minha Vida promova e faça: bem viver.
Além disso, eu queria dizer como é importante vir aqui também com os prefeitos e entregar as retroescavadeiras. É importante, neste país, que nós façamos, em todos os municípios e, seguramente, naqueles com população menor de 50 mil habitantes, que nós façamos estradas, estradas vicinais, que nós tenhamos os prefeitos com equipamentos para poder tomar providência para qualquer eventualidade de um alagamento, de uma chuva, para tomar medidas – não só como disseram aqui, para passar um ônibus escolar, para passar uma ambulância –, mas, sobretudo, para dar condições de vida para uma zona rural e para as proximidades da sede das prefeituras e dos municípios.
E por isso, então, eu fico feliz de estar aqui. E aí vocês vejam, eu saí de moradia e fui para retroescavadeira. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Tudo. Aliás, de manhã, eu fui na Adutora e fui... fui na Adutora, falei sobre um projeto de irrigação, discutimos que nós aqui, entre o Ministério da Integração e o Ministério das Cidades, estamos investindo, entre 2011 e 2012, um bilhão e 700 milhões. Mas o que é que isso tudo tem? Tem o seguinte. O Piauí tem de avançar. Nós vimos aqui, no pleito apaixonado do governador, que o Piauí tem de avançar.
Nós vimos aqui, na fala que nós viemos hoje explicitando, dizendo, comunicando que nós iremos participar desse avanço. Nós vimos isso e, por isso, eu quero dizer para vocês: nós avançamos, sim, graças a esse trabalho conjunto, mas, também, esse trabalho conjunto, ele tem, ele tem um foco, esse foco é ter clareza de que o desenvolvimento de um país e de um estado, de um município e de uma comunidade, de uma família, ele ocorre quando a gente sabe qual é o caminho. Tem de ter clareza do caminho, tem de ter clareza do que é necessário fazer.
E, daí, eu quero dizer que nós aqui, no estado do Piauí, temos tido uma preocupação com as pessoas. Primeiro, nós temos uma preocupação com a pobreza, com a chamada “pobreza extrema”. Um país não vai ser respeitado, ninguém nos respeitará se nós deixarmos uma parte do nosso povo, uma parte da nossa população em condições de pobreza extrema. E aí, é por isso que essa frase, que é a frase que simboliza o meu governo, “Um país rico é um país sem pobreza”, ela é muito importante, porque no passado, no Brasil, se achava que era possível o país desenvolver e crescer e as pessoas ficarem para trás. Nós não achamos isso. Nós achamos que o país vai crescer se as pessoas crescerem junto ele.
Daí porque, gente, daí porque quando a gente tem essa preocupação de retirar da miséria, da pobreza extrema, brasileiros, nós estamos não só praticando um ato, praticando um ato moral, um ato ético, mas, também, nós estamos olhando para o futuro do Brasil.
E aí eu tenho muito orgulho: dentro do Programa Bolsa Família, dentro desse objetivo de acabar com a miséria, em 2012 nós tiramos quase 700 mil pessoas da pobreza aqui, no Piauí, só em 2012. Isso é muito importante, porque nós, no Brasil, retiramos, em 2012, milhares de pessoas da pobreza extrema, e nós temos o objetivo de acabar com essa pobreza extrema até 2014. É óbvio que não vai ser no dia 31 de dezembro de 2014. Nós vamos acabar com a pobreza extrema, na maioria dos estados do Brasil, ainda no ano de 2013, e vamos completar esse processo de tirar da pobreza no início de 2014. É possível e vai ser feito.
Eu queria dizer para vocês que eu tenho um empenho, eu tenho um compromisso, que eu tenho uma teima em melhorar a educação do nosso país. Eu acredito que a educação é fundamental. Quero, portanto, fazer um apelo aos prefeitos que estão entrando. Esse apelo é no que se refere a creches. O governo federal tem um programa de creches. Esse programa de creches, ele contempla duas coisas: fazer o prédio e garante, através do Fundeb, o custeio. Enquanto o Fundeb não vem, o governo federal paga o custeio. O que é o custeio? As professoras e os equipamentos e o gasto.
Por que é que nós temos de fazer creche e pré-escola? Nós temos de fazer creche e pré-escola não é só porque as mães hoje todas trabalham e nós temos de dar, para as mães, um lugar seguro para botar filho. É, sobretudo, para as crianças deste país. Está provado que criança de dois a cinco anos, de três a cinco anos, ela adquire estímulos que vão ser importantes ao longo da sua vida. Por isso creche é algo fundamental. É a primeira etapa do alicerce.
A segunda etapa do alicerce, e também eu queria pedir aos prefeitos e já falei e temos uma boa parceria com o governador nesse sentido, para a alfabetização na idade certa. O Brasil tem de alfabetizar suas crianças até os oito anos. Qualquer ano a mais não só representa uma perda imensa para aquela criança, como também vai representar, no futuro, uma imensa dificuldade para o país superar.
O Piauí também é um grande parceiro, aqui, no que se refere às escolas técnicas. Nós, aqui, em creche, temos 84 creches; 51 creches já foram aprovadas, mas ainda tem essa diferença de 33 creches para serem realizadas, e, se quiserem construir mais creches, terão os recursos necessários. Além disso, aqui no Piauí nós estamos oferecendo uma coisa que é fundamental para o país que é escola técnica. O Brasil precisa de formar muitos brasileiros, tanto nas universidades quanto nas escolas técnicas. Nós teremos oportunidade de salários para aqueles que tiverem o ensino técnico. Aqui no estado nós temos seis escolas técnicas, mais seis até 2014, e já oferecemos 21 mil vagas do Pronatec.
Por isso, eu quero dizer para vocês que essa quantidade de ações, elas representam uma coisa só: é impossível levar o desenvolvimento para um estado, para um município se a gente não ataca, simultaneamente, vários problemas. É isso que, nos últimos dez anos, o governo federal vem fazendo. É isso que eu tenho orgulho de chegar aqui e dizer para vocês que o povo do Piauí não pode esperar, que nós temos de agir. O governo federal está pronto para fazer. Nós queremos assegurar empregos, cada vez mais de melhor qualidade, e quero dizer para vocês que o Brasil, em 2012, se preparou para crescer em 2013. Podem ter certeza, apesar de alguns pessimistas, que nós iremos crescer, nós iremos gerar mais empregos, que nós iremos procurar todas as oportunidades que tivermos. É verdade que as bacias de petróleo e gás do Brasil têm de ser investigadas. Esse é um grande recurso do país. Tem várias bacias importantes no Brasil a serem descobertas. Nós temos, geralmente gás, não em terra, o nosso gás e o nosso petróleo geralmente ele é marítimo, em área marítima. Pouco gás nós temos, até agora, descoberto nessas regiões que são as chamadas “bacias”, como a do São Francisco, a do Parnaíba e outras.
Por isso, é importante começar os estudos. Petróleo e gás se descobre... só tem um jeito de descobrir: estudando. Até porque petróleo e gás é algo fundamental para o nosso país. Nós já achamos o pré-sal, agora é importante que nós achemos gás, sobretudo gás, nas bacias sedimentares do continente brasileiro. E quando a gente fala em bacia sedimentar, a gente fala na Parnaíba, na Bacia do Parnaíba. Mas eu não posso ser irresponsável com vocês. Mesmo no mar, que nós temos uma tecnologia extremamente sofisticada, às vezes você gasta US$ 100 milhões, abre um poço, e não acha nadica de nada; às vezes você gasta US$ 100 milhões, abre um poço, vê que tem petróleo e, pela forma como a rocha se compacta, nós não conseguimos recuperar, para uso comercial.
Então, trata-se de algo fundamental, mas é algo, como tudo na vida, há que teimar, há que teimar, há que teimar. Quando você teima, quando você se empenha, você sabe – todo mundo aqui tem essa experiência, todo mundo aqui, na vida pessoal, sabe disso –, nós conseguimos o impossível. É assim que os seres humanos são: eles têm essa imensa capacidade de olhar, de olhar e de construir uma casa; têm a capacidade de construir um avião e têm a capacidade de achar gás na Bacia do Parnaíba, eu espero. Eu queria finalizar dizendo que há um provérbio popular que diz assim – hoje até falei nele lá em Piau... Isso, São Julião, mas no sistema adutor de Piau. Esse provérbio, ele diz assim: “se você quiser ir mais rápido, vá sozinho; se você quiser ir mais longe, vá acompanhado”. Eu quero ir mais longe, e tenho certeza que com o governador, com os prefeitos, com o povo deste país, nós vamos longe.
Um abraço para todos vocês.